Bolsonaro confirma que deputado Luís Miranda será investigado

Presidente da República, Jair Bolsonaro, participa da cerimônia de cumprimento aos Oficiais Generais promovidos


Em tensa conversa com repórteres em Sorocaba (SP), presidente citou erro em contrato de compra da Covaxin, já corrigido
O presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista coletiva tensa na manhã desta sexta-feira (25) em Sorocaba (SP). Pouco antes do depoimento do deputado Luís Miranda (DEM-DF) à CPI da Covid, marcado para as 14h, o chefe do Executivo afirmou que o parlamentar será, sim, investigado a pedido do governo federal.

Bolsonaro discute com jornalistas em Sorocaba
Bolsonaro discute com jornalistas em Sorocaba UESLEI MARCELINO/REUTERS – 01.06.2021

Ele não falou, no entanto, se a denúncia do deputado passaria por alguma investigação. O presidente deu a entender o contrário, na verdade, quando disse que não havia superfaturamento na negociação e que a empresa confirmou que o valor cobrado do Brasil estava na média do que pagavam os outros países que se interessaram pelo imunizante.
Bolsonaro comentou que o contrato para aquisição das vacinas indianas apresentou um erro, que já foi sanado. “Era um documento que estava feito de forma equivocada, em vez de 300 mil doses eram 3 milhões e isso foi corrigido no dia seguinte.” Não deu datas.
Ele admitiu ter conversado com Luís Miranda em 2020 (o deputado, aliado do governo, teria tentado alertá-lo sobre irregularidades na negociação), mas minimizou a importância da conversa. “Falei com ele o ano passado, foi lá e falou um montão de coisa, como recebo uma infinidade de pessoas que não conheço: 99% das pessoas eu não conheço”, comentou.

O presidente, que foi a Sorocaba inaugurar um centro de tecnologia, reclamou que a denúncia é aproveitada pela imprensa, que não consegue elogiá-lo por “dois anos e meio sem corrupção”.

Bolsonaro brigou com uma repórter que insistiu em saber se as vacinas seriam compradas. Ele também xingou um jornalista de ridículo, mandou ele voltar para a faculdade e depois disse que o rapaz deveria nascer de novo.

Voto auditável
Na mesma entrevista, o presidente garantiu que se passar no Congresso o voto auditável, ele será utilizado em 2022 mesmo se o Judiciário questioná-lo.

“Se o Congresso Nacional aprovar, teremos o voto auditável e ponto final.”

Bolsonaro afirmou que já conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a União já tem os R$ 2 bilhões necessários para acolplar a impressão do voto ao lado das urnas eletrônicas.

Segundo o presidente, dois ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estão “fazendo militância” contra seu governo.

“Tiraram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] da cadeia, tornaram Lula elegível pra quê? Pra elegerem o presidente na fraude?”

Notícias.R7

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