Bolsonaro deixa PF após ficar em silêncio sobre tentativa de golpe

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Depoimentos ocorrem nesta quinta (22/2), no âmbito da Operação Tempus Veritatis. Bolsonaro permaneceu em silêncio

A Polícia Federal colhe depoimentos, na tarde desta quinta-feira (22/2), para apurar informações relacionadas às suspeitas de que uma organização criminosa trabalhava para promover um golpe de Estado no país, em 2022, ano eleitoral. As oitivas serão realizadas ao mesmo tempo, em salas separadas, em diversas partes do país, a fim de evitar que os investigados combinem versões.

Os depoimentos colhidos serão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 23 pessoas no âmbito da investigação. O ex-presidente chegou à PF no início da tarde e ficou apenas alguns minutos no local. Ele ficou em silêncio, conforme já tinha antecipado sua defesa.

“Esse silêncio não é só o uso constitucional do silencio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos os quais estão sendo imputados pela pratica de certos delitos”, disse o advogado Paulo Bueno, que representa Bolsonaro.

Outros aliados que serão ouvidos também já estão presentes.

Veja:

Bolsonaro já adiantou que ficará em silêncio durante o depoimento. O ex-presidente afirmou, em documento enviado ao STF, que só prestaria depoimento se seus advogados tivessem acesso ao processo, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, Alexandre de Moraes, respondeu que a defesa do ex-presidente já tem acesso ao material das investigações. Exceto o que não pode ser liberado por ainda ter investigação em andamento ou ser fruto de delação premiada.

Por outro lado, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que vai depor e vai falar aos investigadores. Torres participa de oitiva na mesma data do ex-chefe. Ele adotará a estratégia de dizer que não há crime em suas falas em reunião gravada em junho de 2022 e anexada às investigações.

Veja os investigados convocados para depor:

Brasília

  • Jair Bolsonaro: ex-presidente
  • Augusto Heleno: general, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
  • Braga Netto: general ex-chefe da Casa Civil
  • Anderson Torres: delegado ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
  • Paulo Sérgio Nogueira: general, ex-ministro da Defesa
  • Marcelo Câmara – coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  • Marcelo Fernandes – ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral
  • Cleverson Ney Magalhães: coronel, ex-oficial do Comando de Operações Terrestres
  • Almir Garnier: ex-comandante da Marinha
  • Valdemar Costa Neto: presidente do PL
  • Bernardo Romão: coronel do Exército
  • Bernardo Ferreira de Araújo Júnior
  • Ronaldo Ferreira de Araújo Junior

Ceará

  • Estevam Theophilo – coronel do Exército (depoimento no Ceará)

Rio de Janeiro

  • Hélio Ferreira Lima
  • ⁠Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • ⁠Ailton Gonçalves Moraes de Barros
  • ⁠Rafael Martins Oliveira – major que era das Forças Especiais

São Paulo

  • Amauri Feres Saad
  • ⁠José Eduardo de Oliveira

Paraná

  • Filipe Garcia Martins – ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência

Minas Gerais

  • Éder Balbino

Mato Grosso do Sul

  • Laércio Virgílio

Espírito Santo

  • Ângelo Martins Denicoli

Bolsonaro, aliados e ex-integrantes de seu governo foram alvos da Operação Tempus Veritatis, no dia 8 de fevereiro, com o cumprimento de mandados de prisão temporária e busca e apreensão. Eles são suspeitos de ter organizado uma tentativa de golpe no Brasil para reverter o resultado das eleições e a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por Manoela Alcântara Mateus Salomão Metrópoles

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