Tempo de manga no DF: População deve ter cuidados na coleta dos frutos em áreas públicas Frutificação segue até dezembro e exige atenção par…
Tempo de manga no DF: População deve ter cuidados na coleta dos frutos em áreas públicas
Frutificação segue até dezembro e exige atenção para evitar acidentes; Novacap e concessionária de energia fazem alertas de segurança
É só as mangueiras começarem a produzir frutos que a casa de Wilto Silva, na Quadra 9 do Jardim Ingá, vira ponto de encontro do bairro. O motorista tem cinco pés de manga no quintal e, quando chegam as primeiras frutas, o movimento é certo. “Eu moro só com a minha esposa e é muita manga. Cai muita manga, estraga, murcha, enche de bicho, então, a gente dá para os vizinhos. Eu que plantei, as árvores são grandonas e a manga é fruta boa, saborosa, dá pra fazer suco, doce, aproveitar de todo jeito”, conta o motorista.
Fora do quintal de Wilto, a cena se repete em maior escala. No Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Buriti, o comerciante Deusimar Pereira da Cruz vende pipoca no semáforo há cinco anos e acompanha de perto o vai e vem da temporada. “Todo ano, quando chega novembro, dezembro, eu tiro umas duas sacolas de manga por dia e levo pra casa, em Santo Antônio do Descoberto. O pessoal traz sacola, balde, estaciona o carro e vem derrubar as mangas com varas”, descreve.
Por trás da fartura das ruas, existe um trabalho constante de cuidado com as árvores. Tiago Alencar, assessor da Diretoria das Cidades da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), explica que a manutenção preventiva, que envolve poda, retirada de galhos secos e limpeza do terreno, é fundamental para garantir a segurança.
“A frutificação natural das mangas ocorre entre julho e setembro, podendo se estender até dezembro. Cerca de 70% das nossas atividades de poda e corte de árvores são de mangueiras, por causa do volume da copa. Como as mangueiras muitas vezes estão plantadas em áreas de estacionamento e avenidas, se não houver manutenção, o fruto pode cair nos carros”, alerta Tiago.
Segundo ele, além da poda, equipes da Novacap realizam ações de limpeza nos canteiros. “Temos também contratos para roçagem e corte de grama. Antes desse serviço, uma equipe rastela a área, retirando pedras e frutos”, afirma o assessor.
Colheita urbana
De acordo com a Novacap, a espécie de manga mais comum nas áreas públicas é a Mangifera indica, originária da Ásia e adaptada ao clima seco de Brasília. A companhia vai iniciar este mês o Programa Anual de Arborização, com cerca de 200 mil novas mudas previstas para todo o DF. “Na hora de escolher as espécies, analisamos a rusticidade e a adaptação ao nosso bioma, priorizando aquelas que se desenvolvem melhor”, diz Tiago.
Ele reforça que os frutos são bens públicos e de livre acesso, ou seja, qualquer pessoa pode colher, mas orienta que a coleta seja feita com cuidado. “O ideal é usar uma vara própria, evitar jogar pedras e, caso alguém perceba que uma árvore precisa de poda, chamar a Novacap para avaliar a saúde da espécie”, informa o assessor.
Já a concessionária Neoenergia Brasília alerta a população para os riscos ao se aproximar de árvores localizadas perto da fiação elétrica. “A nossa orientação é clara: mantenha sempre uma distância mínima de 2,5 metros da rede, mesmo ao usar varas ou bastões para alcançar os galhos”, reforça Antonio Ribeiro, gerente da concessionária. “Ferramentas improvisadas, mesmo de madeira, podem conduzir eletricidade, especialmente em dias úmidos ou chuvosos”.
Além disso, a população deve evitar a colheita quando o tempo estiver chuvoso, uma vez que as árvores podem funcionar como para-raios naturais.
Por Geovanna Gravia, da Agência Brasília | Edição: Carolina Caraballo