Mesmo com movimentações intensas nos bastidores para frear o avanço do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, lideranças do PT na Câmara dos Deputados já admitem que podem enfrentar a primeira derrota em plenário. O Partido dos Trabalhadores, que tem articulado sistematicamente contra o PL da Anistia, agora reconhece que a oposição liderada por parlamentares bolsonaristas deve alcançar as 257 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de urgência na tramitação da proposta.
Apesar dos esforços do PT e da base governista para impedir o avanço, a oposição afirma já ter mais de 200 assinaturas e se mostra confiante em conquistar o apoio restante. O temor petista é que, uma vez atingido o número mínimo, a pressão sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aumente para que ele coloque a urgência em votação.
Motta, até o momento, resiste em ceder à pressão e busca um equilíbrio entre os interesses da base governista e os da oposição. Recentemente, ele pautou requerimentos de urgência de projetos ligados ao Judiciário como forma de sinalizar ao STF e mandar um recado aos parlamentares bolsonaristas. Nos bastidores, há expectativa de que um gesto do Supremo Tribunal Federal possa aliviar o clima e frear o avanço do PL.
O PT segue atuando para barrar a tramitação acelerada da proposta, cogitando inclusive uma alternativa que envolve a criação de uma comissão especial para analisar o mérito do projeto. Essa estratégia, porém, teria o efeito de desacelerar o processo, jogando o debate para um prazo mais longo e menos favorável à oposição.
Ainda assim, lideranças bolsonaristas afirmam que não aceitarão manobras que retirem o poder das assinaturas individuais dos deputados, e prometem insistir na urgência como forma de levar o projeto diretamente ao plenário.
Enquanto isso, o PT continua se articulando nos bastidores para conter o avanço do projeto, evidenciando sua postura contrária à proposta e reforçando seu papel como principal força de oposição à anistia dos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro.
Creditos: METRÓPOLES
Fotos: DANILO M. YOSHIOKA/ESPECIAL METRÓPOLES