Ao jogar luz com palavras precisas sobre os desafios das emergências climáticas, a estudante de Maria Eduarda dos Santos Alves (foto em destaque), 17 anos, conquistou o título de jovem senadora do Distrito Federal em 2025.
Sob orientação da professora Celeste Napoleão, a aluna do Centro de Ensino Médio (CEM) 10 de Ceilândia venceu a etapa estadual do 16º Concurso de Redação do Programa Jovem Senador, promovido pelo Senado Federal.
Além de ganharem um notebook, ela e os jovens senadores das 27 unidades da Federação vão participar da Semana de Vivência Legislativa, dentro da Casa, no Congresso Nacional.
Veja imagens:
O tema da redação deste ano foi “Emergência climática: pense no futuro, aja no presente”. Para Maria Eduarda, o assunto é atual e necessário. “Estamos ficando sem tempo. É dever de cada cidadão, mas as grandes empresas também não assumem o papel delas”, criticou a jovem.
Em 2025, o Brasil se prepara para sediar a COP 30, em Belém (PA). E, para a jovem senadora, toda a sociedade deve participar do debate e pressionar as autoridades pela justiça climática.
A estudante alertou, ainda, para o histórico de acordos nacionais e internacionais descumpridos e, na redação, chamou a atenção para a responsabilidade das empresas no uso de energias limpas e cobrou o fim do repasse de subsídios para negócios ou sistemas que usam combustíveis fósseis.
“O futuro do planeta não pode esperar e exige ações imediatas. Somente com esforço coletivo será possível garantir um futuro sustentável para as próximas gerações”, escreveu a estudante na redação premiada.
Surpresa no intervalo
Sempre próxima dos livros, apreciadora da escrita e interessada por política, Maria Eduarda recebeu o título durante um momento surpresa, no intervalo das aulas no CEM 10 de Ceilândia, nessa sexta-feira (27/6). A equipe do programa, além da jovem senadora do Distrito Federal de 2024, Emanuele Lana, passaram o bastão para a vencedora de 2025.
Antes de entregar o prêmio, porém, os organizadores simularam a gravação de um vídeo sobre merenda e, ao chamarem a comunidade escolar para participar da cena, no refeitório, parabenizaram Maria Eduarda. “Eu vi o pessoal com o uniforme do Jovem Senador e falei: ‘Meu Deus. Mentira’. Eu não acreditava. Minha ficha não estava caindo”, contou a aluna.
Emanuele também comentou sobre a oportunidade de fazer parte da iniciativa, que classificou como “incrível”: “Participar de concursos como este pode mudar a história da pessoa e ser um divisor de águas”.
Abrir os olhos da juventude
A Semana de Vivência Legislativa ainda enriquece a formação dos estudantes, ao proporcionar experiências únicas. Nesse período, os vencedores têm a oportunidade acompanhar de perto o funcionamento do Parlamento.
Maria Eduarda estava ansiosa para saber o resultado do concurso e chegou a abrir o site do programa cinco vezes em um dia. “Passei uma semana falando que, se pegasse o terceiro lugar, já seria muito legal.”
Ela acrescentou que pretende viver ao máximo os dias no Senado, propor um projeto lei com foco na preservação do meio ambiente e ajudar colegas de outras partes do país. “Ser uma jovem senadora é mostrar que o lugar de fala não é apenas dos grandes políticos. Esse tipo de programa abre os olhos da juventude”, destacou.
Para o futuro, Maria Eduarda planeja se formar em relações internacionais e passar no concurso de diplomata para o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Participação feminina em destaque
Coordenador do programa, George Rodrigues Cardim ressaltou que 2025 teve uma participação recorde, com inscrições de 4.202 escolas públicas de todo o país e redações de quase 170 mil alunos do ensino médio.
“Esse é o maior programa com concurso e premiação de redação no Brasil. O Jovem Senador é uma aula de cidadania e uma iniciativa de educação política que valoriza a democracia, incentiva a formação cidadã, bem como dá protagonismo e voz aos estudantes”, elencou George.
Voltado a estudantes do segundo grau das escolas públicas brasileiras, o Jovem Senador teve a maior parte (21) das 27 redações vencedoras escritas por meninas. Além disso, cerca de 80% dos textos selecionados foram de estudantes moradores de cidades interioranas.
Durante a semana no Senado Federal, em Brasília, os ganhadores fazem uma imersão no universo da política, conhecem o trabalho do Congresso Nacional e apresentam projetos que podem virar lei.
Atualmente, 20 projetos apresentados pelos Jovens Senadores foram aprovados por comissões e até no Plenário – os quais, agora, aguardam aprovação na Câmara dos Deputados para poderem entrar em vigor.
Com informações do programa Jovem Senador e da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
