UnB: aprovada em medicina eliminada nas cotas raciais entra na Justiça

img_7294-1.jpg

Candidata autodeclarada parda foi aprovada em medicina, mas desclassificada pela banca de heteroidentificação. UnB nega falha na avaliação

Autodeclarada parda, a estudante Mariana Abreu Santos Póvoa (foto em destaque), 20 anos, foi aprovada no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) para o curso de medicina, por meio do sistema de cotas raciais. No entanto, a jovem não foi considerada negra pela banca de heteroidentificação da instituição de ensino superior.

As cotas da UnB consideram negras as pessoas pardas ou pretas, com base em critérios fenotípicos como cor da pele, características do rosto e textura do cabelo. Apesar de se considerar parda, de não ser lida como branca em diversos espaços e de ter obtido nota suficiente para a aprovação em medicina, Mariana ficou sem poder assumir a vaga no curso.

Depois dessa notícia, a família de Mariana entrou na Justiça contra o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), organizador do vestibular da UnB, para tentar derrubar a decisão da banca de heteroidentificação.

“Desde que me conheço por gente, eu me reconheço como parda. Fiquei chocada com o resultado da banca. A vida inteira me vejo como negra, e um grupo de pessoas fala para mim que sou branca”, desabafou a estudante.

Frustrada com a situação, Mariana considerou a desclassificação injusta. “Falaram que minha pele era branca, que tenho nariz e lábios finos, além de cabelo ondulado. Sendo que meu cabelo é cacheado, meu lábio é grosso e minha pele é parda. Mas vou lutar até o fim [pela revisão da decisão da banca]. É meu sonho [estudar medicina]”, completou

Crédito: Francisco Dutra, Metrópoles.

Foto: Reprodução Metrópoles

LEIA TAMBÉM

plugins premium WordPress