A professora Gina Vieira, a líder comunitária Joice Marques e a jornalista do Correio Braziliense Rosane Garcia foram as três mulheres escolhidas para receber, em 2025, o Prêmio Engenho Mulher, da empresa Engenho Comunicação. Com tema Reconhecimento a quem nos transforma, a edição deste ano premia protagonistas de projetos realizados na Ceilândia e culmina em cerimônia que ocorre na próxima segunda-feira (12/5), no Museu de Arte de Brasília (MAB).
O objetivo da premiação é reconhecer, anualmente, o trabalho de lideranças femininas do Distrito Federal que fazem a diferença na sociedade e transformam realidades nos respectivos campos em que empreendem. Este ano, elas foram escolhidas por um júri composto por mulheres jornalistas, entre elas a editora de Opinião do Correio, Carmen Souza.
Gina Vieira
Professora da Secretaria de Educação, Gina Vieira Ponte de Albuquerque é criadora do projeto educacional Mulheres Inspiradoras. Realizada pela primeira vez em 2014 e vencedora de diversos prêmios desde então, a proposta busca levar a jovens representações do que significa ser mulher para além de padrões de beleza e satisfação masculina.
O projeto, que envolve leitura, escrita e valorização de mulheres importantes para o mundo e para a comunidade, começou no Centro de Ensino Fundamental nº 12, de Ceilândia, e se transformou em uma política pública do DF em 2021.
Gina estava incomodada com a ausência de referências femininas no currículo e no material didático da rede pública de ensino da capital federal e, por isso, resolveu colocar a mão na massa para mudar a realidade da educação na escola em que lecionava. O Mulheres Inspiradoras, porém, ultrapassou barreiras locais e chegou a outras cidades e países, como Moçambique, na África.
Joice Marques
A líder comunitária Joice Marques é fundadora da Casa Akotirene, espaço de acolhimento e resgate, especialmente para vítimas de violência, na região de Ceilândia Norte.
Organizado de forma voluntária por mulheres negras, o local é conhecido, desde 2019, como um quilombo urbano, por se inspirar na cultura deste tipo de comunidade. Por lá, estão disponíveis atendimento psicossocial e cursos gratuitos de profissionalização — entre eles informática, música, costura e barbearia.
Piauiense de 36 anos, Joice tem como compromisso a transformação social a partir de vivências e saberes populares. A casa de acolhimento que administra recebe o nome de uma mulher tão inspiradora quanto ela, a primeira líder de Palmares, Akotirene.
Rosane Garcia
A missão da jornalista Rosane Garcia, presidente da Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (AscapBsB), é fazer com que mulheres, principalmente periféricas e em situação de vulnerabilidade social, tenham a própria renda.
A partir de capacitações, a organização de assistência social localizada também em Ceilândia busca profissionalizar essas mulheres, de forma gratuita, em áreas como modelagem, corte e costura, bordado e atendimento ao cliente. Além disso, oferece atividades de suporte emocional e social, como terapias comunitárias e educação financeira.
Fundada em 1971, a instituição umbandista Centro Espírita Caminheiros de Antônio de Pádua tem como braço social a AscapBsB, onde a carioca Rosane, de 70 anos, atua de forma voluntária e auxilia dezenas de mulheres.
Reconhecimento a quem transforma
As vencedoras do Prêmio Engenho Mulher 2025 foram escolhidas, além de por Carmen Souza, do Correio, por Basília Rodrigues, da CNN Brasil; Claudia Meirelles, do portal Metrópoles; Neila Medeiros, da TV Record; Paola Lima, da Agência Senado; Raiane Sena, da TV Globo; e pela influencer digital Jane Godoy.
A edição deste ano traz parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do DF, por meio da apresentação, durante a cerimônia de premiação, de programa de aceleração para mulheres empreendedoras. Além disso, o evento conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e de outras organizações brasilienses.
Por Lara Perpétuo do Correio Braziliense
Foto: Ed Alves/CB/DA.Press / Reprodução Correio Braziliense