Por Nathália Queiroz e Davi Cruz—Após as derrubadas no Setor de Inflamáveis, cerca de 150 pessoas da Comunidade Lúcio Costa ficaram desabrigadas e parte delas — sendo ao menos 16 adultos e 10 crianças — está abrigada provisoriamente no térreo da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), onde permanecem sob acolhimento.
Segundo a DF Legal, 39 lotes foram derrubados até terça-feira (6/5) e, no momento, parte dos moradores se abrigou com o que conseguiu salvar. A operação de desobstrução da área teve início na última segunda-feira (5/5), após a Defesa Civil ter identificado risco iminente à vida dos ocupantes devido à proximidade com depósitos de produtos perigosos e à linha férrea.
O atual presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz explicou que a decisão da Câmara de acolher as famílias desabrigadas foi aceita por todos os 23 deputados da casa. “São mulheres e crianças na sua grande maioria passando frio e fome. Esse foi um gesto humanitário. Estamos fazendo algo que tenho certeza absoluta, que é para ajudar eles e tirá-los da rua até a gente achar uma solução. Fizemos aquilo que era necessário para poder, inclusive, salvar essas famílias do relento”, disse com exclusividade a reportagem do Correio.
O deputado ainda revelou que estão sendo feitos estudos para remanejar as famílias para um local definitivo e seguro. “Estamos trabalhando e existe algumas possibilidades concretas, como o caso do Tamanduá. Infelizmente isso demanda um certo tempo, mas, nós aprovamos com o apoio de todos os deputados o cartão material de construção. Esse cartão inclusive será dado a essas famílias tão logo essas unidades imobiliárias sejam criadas e doadas a eles. Estamos criando situações para amenizar o sofrimento dessas famílias”, acrescentou o presidente da CLDF.
De acordo com Ranieli, liderança local, quem não foi para a CLDF tenta improvisar cabanas com móveis e lonas empilhados, para dormir e proteger os pertences que ficaram no local.
As refeições dos desabrigados estão sendo garantidas exclusivamente por doações. Na segunda-feira (5/5), o grupo só conseguiu se alimentar por volta das 15h, após as derrubadas. Na terça-feira (6/5), novas doações chegaram, mas os moradores ainda precisam de colchões e cobertores.
Por Correio Braziliense
Foto: Nathália Queiroz / Reprodução Correio Braziliense