Barraco na Câmara tem polícia e troca de ofensas: ‘reborn’ e ‘pavão misterioso’

Barraco na Câmara tem polícia e troca de ofensas: ‘reborn’ e ‘pavão misterioso’ Deputada chama colega de ‘estrangeiro’; parlamentar …

Barraco na Câmara tem polícia e troca de ofensas: ‘reborn’ e ‘pavão misterioso’
Deputada chama colega de ‘estrangeiro’; parlamentar rebate com ‘cosplay de pavão’


Célia Xakriabá, enfeitada com penas de pavão asiático, e o deputado Kim Kataguiri protagonizaram a discussão – Fotos: Câmara.

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) e o colega de Câmara Kim Kataguiri (União-SP) protagonizaram um bate-boca que resultou no acionamento da Polícia Legislativa.

Durante uma sessão na Casa, que debatia o projeto de lei que altera o texto do licenciamento ambiental, Kataguiri disparou que muitos parlamentares seriam contra a proposta por questões financeiras.

“Eu quero falar aqui para esse Plenário qual é a verdadeira razão de ter tanta oposição para o direito do licenciamento ambiental: é dinheiro, é grana, é esquema”, afirmou.

Xakriabá rebateu a declaração do parlamentar paulista, e afirmou que Kim é “estrangeiro” e “reborn”.

“Primeiro esse deputado estrangeiro, esse deputado reborn que acabou de falar e quer ter o direito de falar da questão indígena. O senhor não sabe da história, portanto o senhor fica quieto, o senhor é estrangeiro aqui, tinha de pedir perdão para os povos indígenas”, retrucou.

A parlamentar mineira usava um cocar de pavão e após a declaração de Célia, Kataguiri disse que a deputada estaria fazendo “cosplay” da ave.

“Me chamou de ‘deputado estrangeiro’. E, ali, próximo de onde estão meus ancestrais, tem o pavão, um animal lá da Ásia. Não tem nada a ver com tribo indígena aqui no Brasil, mas tem gente que parece que gosta de fazer cosplay”, alegou o parlamentar.

Cosplay é a prática de se vestir e interpretar um personagem de ficção. O termo combina as palavras inglesas “costume” (fantasia) e “play” (interpretação).

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também entrou na “onda” e se referiu a Xakriabá como “pavão misterioso”, canção de Amelinha, Belchior e Ednardo.

“Já que o assunto é o pavão misterioso, queremos saber do licenciamento ambiental do pavão aqui presente. Nossa, se para abrir uma estrada, abrir um empreendimento precisa de um licenciamento, para abater um animal também precisa de licenciamento ambiental”, declarou.
Em determinado momento, a deputada partiu para cima de Kataguiri. Veja abaixo:

O bate-boca se estendeu entre os parlamentares, e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB) teve que solicitar a intervenção da Polícia Legislativa, para manter a ordem da sessão.

Em nota, Kataguiri afirma que a deputada perdeu o controle, avançou contra ele e foi contida por parlamentares da esquerda e pela Polícia Legislativa, e depois “se fez de vítima”.
“Durante a discussão sobre a aprovação do Licenciamento Ambiental, subi à tribuna para denunciar que tribos indígenas receberam gado, Hilux e dinheiro por conta do licenciamento de Belo Monte. A deputada Célia Xakriabá se exaltou, me chamou de “deputado estrangeiro” e “deputado reborn”. Respondi que estrangeiro não sou eu — estrangeiro é a ave pavão, e tem gente que faz cosplay desse animal. Ela perdeu o controle, avançou contra mim e foi contida por colegas da esquerda e pela Polícia Legislativa. Depois ainda se fez de vítima, dizendo que iria me processar por preconceito, mesmo tendo iniciado os ataques me chamando de estrangeiro. O Parlamento precisa ser espaço de debate e verdade, não de agressões físicas ou intimidações. E eu seguirei firme, sem recuar”, afirmou.


Também em nota, Xakriabá afirma que Motta ignorou um pedido de questão de ordem solitado por ela.
“O presidente da câmara dos deputados ignora o meu pedido de questão de ordem ao mesmo tempo que dá fala a todos os outros deputados, é ecocídio legislado o que está acontecendo hoje”, disparou.

A sessão foi encerrada na madrugada desta quinta-feira (17) com a aprovação do projeto de lei que modifica as normas para a emissão do licenciamento ambiental no país. A proposta obteve 267 votos a favor e 116 contra.

DIARIO DO PODER/Mael Vale





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