Foto: Gláucio Dettmar/CNJ
Segundo polícia, agente recebia pagamentos para colaborar com detentos, e advogada atuava a favor de investigados. Este é o segundo caso de prisão de policial por atuação junto a presos em uma semana.
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Cela de presídio, em imagem de arquivo — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Um policial penal e uma advogada foram presos, nesta quinta-feira (18), por suspeita de fazerem parte de um grupo criminoso que beneficiava presos do sistema carcerário do Distrito Federal. Este é o segundo caso de prisão de um policial por colaboração com detentos em uma semana (veja detalhes mais abaixo).
Segundo as investigações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no DF (Ficco/DF), o policial recebia pagamentos para conceder suprimentos — como alimentos e materiais de higiene — aos presos, além de interferir em processos administrativos dos detentos. Também há indícios de que o servidor atuava no comércio ilegal de armas de fogo para pessoas com antecedentes criminais.
A Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape), em nota enviada ao g1, informou que foi notificada da suspensão do servidor e abriu um procedimento administrativo para investigar as condutas do servidor (veja nota completa abaixo).
Os policiais também constataram a participação de uma advogada que atuava em favor dos investigados. Outras quatro pessoas foram presas. Segundo a Polícia Federal (PF), elas têm “inúmeros registros criminais”, como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e lavagem de dinheiro.
“Também foram identificados atos que podem caracterizar a tentativa de ocultação/dissimulação do patrimônio proveniente dos crimes praticados pelos envolvidos”, informou a Polícia Federal (PF).
Se somadas, as penas para os crimes investigados podem superar 34 anos de prisão. Ao todo, foram cumpridas seis ordens de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão na “Operação Vili Pretio”.
A Ficco/DF é composta pela Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Penal do DF (PPDF), Polícia militar do DF (PMDF) e Polícia Civil do DF (PCDF).
Segundo caso em uma semana
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Presos do Presídio da Papuda em Brasília, em imagem de arquivo. — Foto: Gláucio Dettmar/CNJ
Um policial penal foi preso preventivamente, no dia 10 de julho, enquanto trabalhava no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Ele é investigado por negociar a fuga de presos a valores altos e facilitar a entrada de celulares e outros objetos proibidos nas celas.
Segundo a Polícia Civil, além de colaborar com os detentos, o suspeito cobrava R$ 150 mil por preso para ajudar na fuga. Durante as buscas feitas pelos policiais, foi encontrado um bilhete com informações detalhadas sobre as negociações, que vinculam o policial penal a uma facção criminosa da capital.
O que diz a Seape
“A Secretaria de Administração Penitenciária Seape/DF foi notificada pela suspensão do exercício da função pública do servidor pela 7ª Vara Criminal da Justiça do DF na manhã desta quinta-feira(18) e instaurou procedimento administrativo para apurar as condutas do servidor.”
Por Luísa Doyle, Afonso Ferreira, Bruna Yamaguti, TV Globo